terça-feira, junho 28, 2005

Minha heroína dos X Men

Quero queimar feito Fênix
E renascer das cinzas
Mais forte e melhor
Quero ir ao fundo do poço
Pra valer o esforço de retornar
Como heroína
Quero sentir toda dor
Que a minha cabeça agüentar
Deixar o coração sangrar
Quero esquecer essa menina
Que ainda insisto em ser
E crescer

Poderosa

Fico pensando o que te faz
Gostar tanto de mim
De onde vem essa paixão
Se eu realmente sou assim
Do jeito que você vê
Fico me perguntando
Se esse amor é real
Se não é um ideal
Um sonho, uma ilusão
Que eu mesma criei pra você
Fico sem saber se tenho
Esse poder

Oceano

Oceano de enganos
De prantos, de dor
De dúvidas e perdas
Tristezas, incertezas
Que me enchem de pavor
Mar intenso, mar bravio
Mar do medo, opaco
Sombrio
Oceano de palavras
Consciência, sentimentos
De juízo, tino, senso
De clareza e de razão
Em suas águas me debato
Tento achar em vão
Um porto, um cais
Salvação

Meu alguém

Eu tenho alguém que me quer
Alguém que gosta de mim
Alguém que me acha linda
Alguém que me espera enfim
Eu tenho alguém que se importa
Alguém que me dá força
Alguém que quer que o mundo
Seja perfeito pra mim
Esse alguém está bem longe
Mas algum dia vai estar perto
Esse alguém é bem esperto
Sabe que o tempo é assim
Vai e volta, volta e vai
Esse alguém agora sai
Dançando louco na chuva
Olhando as fases da lua
De olho comprido na rua
Esperando me ver chegar
Louca pra lhe abraçar

terça-feira, junho 21, 2005

A vida é sonho, pai?

Realmente a coragem de acordar e a vontade de escapar tem sido o mote da semana. Acho mesmo que sou ousada e não tenho medo da vida. Apenas queria ter mais sorte e não me preocupar tanto. Acho que pensar e sofrer e me rasgar querendo botar os sentimentos pra fora, faz parte da minha maneira de existir e me relacionar. E gosto que seja assim. Sinto o corpo pulsar e o coração bater. Amo respirar.
Adoro acordar e saber que sonhei. Que mesmo sem sentir meu corpo, minha mente está lá consciente ou melhor dizendo, VIVA.
Lembro de uma conversa que tive com meu pai quando tinha uns 9, 10 anos. Fiquei horas divagando se a vida que a gente vive não era o sonho de alguém ou mesmo nosso. E que um dia talvez acordássemos em outro tempo, outro espaço e nossa consciência nos traria toda a lembrança daquela vida que pensávamos estar existindo. E então nessa outra existência teríamos a mesma sensação. De que aquela vida é que era o sonho. Se fosse assim eu não teria medo da morte. Meu pai chorava e ria. Até hoje lembro dos olhos dele me olhando.

É tão bom poder escrever
Aquilo que se quer
Aquilo que se sente
Aquilo que se gosta
É tão bom...

Holograma

Momento estranho
De dureza, de crueza, de tensão
A vida vai passando
E me sinto alheia
Como um holograma, uma ilusão
Como se vivesse num outro
Tempo / Espaço
Que cansaço

Que falta de vontade
De enfrentar essa realidade
Que não parece minha
O que faço?

A cidade fala alto
O pneu cantando no asfalto
Parece um berro aflito
Todo movimento, gera um conflito
Uma guerra, caos, grito
Caminho pelas ruas
Mas não me sinto dentro
Como é que encaro esse momento?

Sem ação

Penso que sou criativa
Penso que faço arte
Penso que tudo faz parte
Do grande projeto divino
Penso que sei o que quero
Penso que o mundo é sério
E que um dia todos juntos
Teremos do que nos orgulhar
Penso que nada vai acabar
Penso que podemos ser felizes
E que ganhar dinheiro é bobagem
Penso na simplicidade
Como uma grande qualidade
Que devo continuar a cultivar
Penso que a gente é bacana
Penso que a vida está leve
Penso que mais em breve
Vou ter que parar de pensar

sexta-feira, junho 17, 2005

Madrugada

Meus olhos míopes
Enxergam vazios, vácuos
Ilusão sombria
Sono chega logo, vem
Silencia meu cansaço
Amanhã o dia começa cedo
A louça, a roupa, a pia
Tateio na escuridão
Busco o chão, o teto
Em vão
Acho as palavras então

quinta-feira, junho 16, 2005

O louco

Andando na beira do abismo
Tenho medo de me perder
Conto as pedras e a distância
Imagino cada curva
Racionalizo cada passo
Vejo a água lá embaixo
Tenho medo de me jogar
Acho que não vou saber nadar

Fim de papo

Escrever, fazer, falar,tentar
Dormir sem poder dizer
O que você quer escutar
O que eu sinto não vale
Meu desejo não serve
Nem sei se sei, nem sei...

Os sonhos, os planos
Meus medos e enganos
Sua loucura, sua paixão
Dá secura na boca
Gela o coração, faz o tempo parar
Nem sei se espero, nem sei...

Não me encurrale
Não estou afim
Não quero, não posso
Dizer não
Dizer sim
Não assim...
Sem remorso

Exposta

Eu sempre me debati entre o medo e o destemor. Todas as vezes que me senti encurralada na vida saía destruindo e quebrando tudo como um trator. Muitas vezes passando por cima da minha própria vontade de ficar quieta. Sempre me debati entre a coragem e o medo da responsabilidade. Sempre fiquei confusa entre aquilo que sou e desejo e aquilo que eu acho que os outros esperam de mim. Imagem e individualidade, valorização. Então quando me sentia encurralada ficava dias sozinha e quieta no meu canto dizendo que não precisava de ninguém mesmo. E sofria, e sofria. Sempre achei que tenho um amor muito grande e que quero dividir este amor. Então quando me sentia encurralada virava a generosa, a boazinha, a feliz e animada amiga, a galinha solta na bagaceira, a caçadora, a sereia sedutora. E me sentia absolutamente carente quando aquela farra toda passava e eu estava sozinha novamente, com o coração doendo, ainda cheio daquele amor. Então virava a egoísta malcriada que não ligava pra ninguém. E sofria e sofria.

Não quero mais ser assim
Quero crescer
Quero poder dizer pra todo mundo
SOU FELIZ, SIM
Gosto da vida
Amo o sol e o mar
Adoro cantar e dançar
Não tenho pena de mim
Não temo me olhar
Gosto do que vejo e sei o que desejo
Cuido bem das minhas feridas
Espero cicatrizar
E não tenho medo de voltar a machucar

Ressaca

Não estou nem aí...
Nem aqui, nem em lugar nenhum.
Não tenho motivo, nem razão
Nem cabeça, nem noção
Não sei, não faço parte
Não ouço, não vejo
Vivo em dois mundos
Sou pura ilusão
Não sei o segredo
Só sei do mar, do mar
E do medo

Sua visão

Podia ser mais fácil
Podia ser melhor
Não quero o imperfeito
Quero a sorte, o amor
A magia e a dor
Quero poesia na cabeça e no caderno
Quero o céu e o inferno
Quero a noite e o dia
Beira de praia e maresia
Sexo e calor
Poder voar sem pensar no tempo
Olhar o mundo do meu jeito
Sentar ao seu lado
Deixar a vida passar
Ir no fundo do seu olho
E me ver refletida, linda
Pelo seu olhar

Noturna

É tarde e eu queria ter todo tempo
Do mundo
É tarde e eu queria você aqui
É tarde e eu queria na verdade
Estar aí
Meu amor, meu desejo
Não sei se é inspiração
Se é loucura ou invenção
Nem mesmo sei se é paixão
Mas te quero tanto, tanto
E espero ainda mais tarde
Que o tempo pare pra nós
Que o tempo volte no tempo
Passo a passo
E te traga de novo
Pro meu colo, pros meus braços

O que sei?

O que escrevo parece sincero
Mas verdadeiro, imenso
Nada vai, nada sai
Somos todos tão pequenos
Que o linguajar, o saber
Não parece surtir, nem verter
Educar, preciosa paixão
Imensa e necessária
Mas em vão

Lindo dia

Minha cabeça dói
Meu estômago arde
E lá fora o céu é azul
E há pássaros voando
Em volta das árvores
E eu me enrosco na poltrona
E tento alinhar as idéias
E busco alívio no caderno
E quero a todo custo
Achar palavras de consolo
Bobo, tolo
É o céu lá fora

Liberdade, igualdade, fraternidade

O que fazer
Quando se tem tanto a dizer
E é tão difícil se fazer entender
O que fazer
Quando se quer lutar
E a bagunça é tão grande
E é tanta sujeira
Que nem vale arrumar
Eu não quero saber
Se a cegueira é geral
Se falar é besteira
Se pensar é banal
Se nos sentimos impotentes
E as mudanças são urgentes
É preciso ter fé
Vamos seguir em frente
E mostrar pra essa gente
Que igualdade é ter liberdade
Pra ser diferente

quarta-feira, junho 15, 2005

Anjo

É noite
E eu sonho
E te vejo
Meu anjo
É noite
E eu espero
E rezo
Pra não
Despertar
É noite
E o meu desejo
Meu anjo
É continuar
A dormir
E a sonhar

Desejo

Queria tanto poder dizer
Queria saber explicar
Queria tanto cuidar melhor de mim
O querer, o desejo
O egoísmo de viver sozinha
E não poder somar
O trabalho que dá...
Queria tanto escrever
Saber as palavras arranjar
Poder pedir pra você
Vir aqui e me abraçar
Me botar no colo e me deixar chorar
Sem perguntar porquê.

A Sereia

A sereia canta na noite fria
Sua voz macia, torturante
Seduz, arrepia
Lindo brilho claro na água
A cauda longa desliza
Nada, pára, nada, pára
Onde vai sereia?
Me leva, me leva pro fundo
Me turva os olhos, me cega
Poderosa, gelada, máscara vazia
Cintila, sibila, vadia
Corro atrás de seu rabo
Paro, nado, paro, nado
Seduzido, farto, caio
Morto